No último dia 23 de fevereiro foi lançada a nova edição do Relatório Investimento de Impacto no Brasil, realizado pela ANDE, com a coordenação a Pipe.Labo e  parceria com a Aliança pelos Investimentos e Negócios de Impacto, o Instituto Clima e Sociedade, a Fundação Grupo Boticário e com apoio da Wright Capital.

O resultado da pesquisa fornece uma visão geral do cenário nacional de investimentos de impacto, apresentando dados relevantes sobre onde e como o capital está sendo alocado e identificando os desafios que o ecossistema enfrenta.

Pela primeira vez o relatório, que é publicado desde 2014, aborda dois temas prioritários para a ANDE: a igualdade de gênero e a ação climática e ambiental no setor empreendedor. O objetivo foi compreender  com os investidores como são compostos os seus conselhos, lideranças internas, lideranças de seus portfólio, políticas de equidade, gestão de riscos e oportunidades climáticas etc.

Apesar das novidades na pesquisa, ainda não foi realizada uma análise regional destes investimentos. Mariana Fonseca, da Pipe.Labo, afirma que a pesquisa buscou trazer um comparativo entre o cenário nacional e o internacional. “Nesta edição capturamos as características do setor e apresentamos uma visão geral de onde e como o capital está sendo alocado no Brasil e como o ecossistema está quando comparado a outros países que trabalham o tema há mais tempo. Mas é claro que seria interessantíssimos realizarmos essa análise mais aprofundada.”

Visão geral

Os dados trazem boas novas: todos os índices analisados nos relatórios anteriores, como volume de ativos sob gestão e quantidade de deals e exists, cresceram, demonstrando o aquecimento do mercado.

Foram identificados R$11,5 bilhões voltados a investimentos de impacto, R$13,1 bilhões em deals e 14 saídas (exits) com total de R$22 milhões.

Os setores mais frequentes nos portfólios desses investidores são tecnologias verdes (61%), educação (50%), saúde (47%) e finanças (45%). Os negócios escolhidos para seus portfólios estão, em sua maioria, em estágios de maturidade iniciais, sendo 63% capitais sementes.

Ao olhar para quais os instrumentos de investimento que tem estão com mais frequência nos portfólios, . São eles a participação acionária (58%), a dívida conversível (37%) e a dívida (32%). 

Enquanto o mercado de impacto se aquece, as questões de equidade estão andando devagar. A maioria dos respondentes ainda não possui coleta ou acesso a dados relativos a gênero e raça da composição do conselho e das lideranças das investidas. Os que possuem acesso, apresentam desigualdades

De 84 pessoas que fazem parte dos conselhos de administração das organizações, 65 são homens, 19 mulheres, 50 são brancos e apenas 2 pretas. Das 224 lideranças dos negócios investidos apenas 40 são mulheres e 19 não são brancas. 

O cenário das questões climáticas é um pouco melhor, mas longe do ideal. Dos entrevistados, apenas 24%  fazem a gestão de riscos e oportunidades climáticas e 6% fazem algum cálculo da pegada de carbono de seus portfólios.

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