Programa aproxima empresas e governos com o objetivo de solucionar desafios de gestão. Inscrições até 8 de outubro

Primeiro hub especializado em aproximar startups e poder público, o BrazilLAB está com as inscrições abertas para a terceira edição de seu Programa de Aceleração. A organização está em busca de empresas que ofereçam soluções inovadoras nas áreas de meio ambiente, gestão de pessoas, saúde, inclusão social, educação empreendedora e segurança pública. Ao todo, trinta startups serão aceleradas – o dobro em relação à edição passada do programa.

“Queremos incentivar a implementação de ideias que beneficiem a sociedade melhorando a qualidade dos serviços e desburocratizando a administração pública”, afirmou Letícia Piccolotto, fundadora do BrazilLAB, ao anunciar o lançamento do programa durante o GovTech Brasil, evento que abordou a pauta de inovação para governos em São Paulo. Empresas interessadas em participar do programa devem realizar inscrição pelo site http://inscricao.brazillab.org.br até o dia 8 de outubro, e o processo seletivo se encerra em novembro.

De dezembro a março, as trinta empresas escolhidas vão receber mentoria e apoio para desenvolvimento e validação de modelo de negócio, além de entrar em contato com gestores públicos, investidores e startups que já atuam no setor. Ao final do processo, as selecionadas apresentarão um pitch para uma banca de investidores e especialistas, que irão eleger os melhores projetos. Os vencedores receberão um contrato de investimento que pode variar de 50 a 200 mil reais, além de apoio do BrazilLAB para a implementação das soluções em governos.

O BrazilLAB já acelerou 26 startups desde a primeira edição do programa. Entre os projetos que passaram pela aceleração estão o CUCO Health, aplicativo que atua como enfermeira digital e vem ajudando a reduzir filas nas Unidades Básicas de Saúde de Juiz de Fora (MG), e a MobiEduca.me, plataforma de combate à infrequência escolar que reduziu a evasão em 76% em escolas do Piauí.

 

Quem pode participar?

Qualquer pessoa ou startup que tenha uma solução nas áreas propostas.

Por onde se inscrever?

Pelo site www.inscricao.brazillab.org.br até 08 de outubro.

Conheça os desafios

 

Nesta edição, o BrazilLAB dobrou o número de áreas para as quais o programa de aceleração receberá propostas de soluções. “Identificamos problemas desafiadores para administrações públicas que a tecnologia e a inovação têm grande potencial para ajudar a superar”, explica Letícia Piccolotto. São eles:

Meio Ambiente: O Brasil é o maior país da América do Sul e o quinto do planeta em território. Seus mais de oito milhões de quilômetros quadrados abarcam diversas zonas climáticas e biomas, além da enorme riqueza em espécies de plantas e animais. No entanto, há um uso excessivo e inadequado de recursos, além de hábitos pouco sustentáveis que prejudicam a disponibilidade de matérias-primas escassas e limitadas. Assim, o BrazilLAB busca soluções que auxiliem na preservação desses recursos e garantam proteção ambiental e desenvolvimento de forma mais sustentável.

Educação empreendedora:  As rápidas transformações pelas quais o mundo vem passando exigem cada vez mais que as pessoas tenham visão inovadora, sejam autônomas e dominem competências múltiplas. Pesquisas do Fórum Econômico Mundial indicam que sociedades que investem em ações, negócios e educação empreendedora aumentam sua representatividade nos mercados, mas um estudo do Sebrae mostra que o empreendedorismo no Brasil não é voltado à inovação. Dos 48 milhões de donos de empresas o país, 44% ingressaram no setor por necessidade e 70% recebem, no máximo, três salários mínimos – o que especialistas chamam de empreendedorismo de subsistência. O programa de aceleração do BrazilLAB busca soluções que fomentem o empreendedorismo de inovação na educação e prepararem os alunos para que eles tenham as competências necessárias para enfrentar os desafios do futuro, além de ajudarem os educadores a cultivar a criatividade, o protagonismo, o empreendedorismo e a confiança dos alunos na sala de aula.

Gestão de pessoas: De acordo com a FGV/DAPP, o tamanho real do setor público aumentou 42% entre 2000 e 2014, chegando a 44 funcionários públicos para cada 1000 habitantes – entre os países membros da OCDE, a média é de 14 a 22 funcionários. No entanto, temos dificuldades em entregar serviços de qualidade: temos alguns dos processos mais ineficientes do mundo, alocando tempo e recursos públicos em ações de baixo retorno para a população. De acordo com o Banco Mundial, a burocracia prejudica mais o desenvolvimento do que o peso financeiro dos tributos. Para este desafio, o BrazilLAB busca startups que ajudem no controle e auditoria da folha de pagamento, e que tragam inovações tecnológicas para aprimorar processos internos, inclusive aqueles de seleção, monitoramento e desenvolvimento dos funcionários públicos.

Inclusão social: Diversos dados mostram que alguns grupos sociais ainda enfrentam grandes barreiras para sua plena inclusão. Apesar de o último Censo apontar que quase 24% da população brasileira é formada por pessoas com deficiência, essas pessoas ocupavam apenas 0,77% dos empregos formais no país em 2014, segundo o Ministério do Trabalho. Mulheres, que formam 52% da população brasileira de acordo com o IBGE, recebem em média 22% menos que homens. Entre jovens negros cuja mãe é analfabeta, vivendo em situação de extrema pobreza em áreas rurais do Nordeste, apenas 8% concluem o ensino médio com menos de um ano de atraso, de acordo com o estudo Gesta – Engajamento Escolar, da Fundação Brava. O programa de aceleração do BrazilLAB busca projetos que auxiliem na promoção de oportunidades iguais, a fim de combater o preconceito e a exclusão social com base em classe, idade, necessidades especiais, sexo, gênero, raça e outras; e também engajem a sociedade na busca pela inclusão social em todos os aspectos.

Saúde: O Sistema Único de Saúde corre risco de colapso em um futuro próximo. Estudo divulgado pelo Instituto Coalização Saúde e realizado pela McKinsey & Company mostra que as despesas com saúde podem chegar a 25% em 2030, nível insustentável para os cofres públicos. O desenvolvimento de uma cultura de prevenção de doenças pode não só otimizar os gastos do governo na área, como também melhorar a qualidade e expectativa de vida da população. Diante disso, o BrazilLAB busca startups com soluções para apoiar o setor público no oferecimento de ferramentas digitais para a prevenção de doenças, e ajudar a tornar o cidadão mais consciente e responsável pela própria saúde, auxiliando o Brasil em sua meta de queda de obesidade e na melhoria dos hábitos alimentares.

Segurança pública e cybersecurity: O Índice de Progresso Social coloca o Brasil como o 11º mais inseguro do mundo. Segundo o Fórum Brasileiro de Segurança Pública, 17 das 50 cidades mais violentas do mundo são brasileiras e o país tem mais homicídios do que 52 países da América do Norte, Europa, Oceania e Norte da África combinados. No ambiente online, os dados também são preocupantes: o relatório Norton Cyber Security Insights mostra que, em 2016, 42,4 milhões de brasileiros foram afetados por investidas de hackers, e o prejuízo total no país por conta desses ataques chegou a R$ 32,1 bilhões. Para este desafio, os empreendedores devem apresentar soluções que possam contribuir com a melhoria da segurança pública no Brasil e mostrem como a tecnologia pode auxiliar o governo no combate a ataques cibernéticos que afetam a segurança pública no país.

Sobre o BrazilLAB

O BrazilLAB é o único GovTech Hub que acelera ideias e conecta empreendedores com o poder público. Nosso objetivo é estimular, no Brasil, uma cultura voltada para a inovação no setor público. Fazemos isso apoiando empreendedores que estão engajados em buscar soluções para os desafios mais complexos vividos pela sociedade atual.