Conseguir crédito para criar startups baseadas na periferia não é fácil. Adriana Barbosa, da Feira Preta, e Thiago Vinícius, do Banco Comunitário União Sampaio, querem mudar isso

Antes de colocar dinheiro em uma empresa, os fundos de investimento costumam avaliar uma série de indicadores do negócio. O ROI, por exemplo, é um deles. Ele define o retorno sobre o investimento e dá pistas sobre a rentabilidade da empresa, que geralmente é ainda analisada sob a perspectiva do ROE (sigla em inglês que define o retorno sobre o patrimônio líquido) e do ROA, o retorno sobre os ativos. Entendeu? Se para uma empresa nascente qualquer já é difícil dominar termos financeiros como esses, assim como as planilhas de Excel e as questões sofisticadas em idioma estrangeiro sobre o negócio, imagine para as aquelas nascentes na periferia. “São tantas as exigências que tem fundo que simplesmente não dá para acessar”, disse Thiago Vinícius, uma das vozes mais inovadoras da periferia de São Paulo, no Festival Cultura Empreendedora, evento realizado pelos veículos Pequenas Empresas Grandes Negócios, Época NEGÓCIOS e Valor Econômico.

Ao lado de Adriana Barbosa, a criadora da Feira Preta, Vinícius discutiu, no painel “Os negócios da maioria”, as dificuldades que empreendedores negros e da periferia têm em obter crédito para dar início a suas startups. Ambos fazem parte de um projeto, ainda em formação, com o Vale do Dendê (uma holding social baseada em Salvador), que pretende montar um fundo de investimento diferente dos tradicionais. A ideia é tanto orientar os empreendedores na hora de pedir o dinheiro, decifrando em conjunto os códigos desse universo, quanto levar em consideração outros indicadores sociais. Isso porque a realidade, como lembrou Adriana, é que o dinheiro das empresas não chega até a ponta (negócios nascentes da periferia). “Precisamos hackear o sistema”, diz.

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