Três finalistas disputam o prêmio e o resultado será divulgado no dia 6 de novembro

Do Social Good Brasil

Folha de S.Paulo e a Schwab Foundation for Social Entrepreneurship realizam o Prêmio Empreendedor Social e o Empreendedor do Futuro com o objetivo de impulsionar líderes e iniciativas de empreendedores que buscam soluções socioambientais para o Brasil. Já foram anunciados os finalistas da 13ª edição da premiação. Os ganhadores serão conhecidos na cerimônia do Prêmio Empreendedor Social, em 6 de novembro, em São Paulo.

Os seis finalistas concorrem ainda na categoria Escolha do leitor, na qual você vota e decide quem deve levar o prêmio. A votação se encerra no dia 3 de novembro!

Conheça as duas categorias e seus finalistas:

O Prêmio Empreendedor social é a premiação principal. Seus concorrentes são brasileiros idealizadores de iniciativas socioambientais inovadoras com mais de três anos de atuação. Conheça os empreendedores e iniciativas finalistas:

Bernardo Bonjean | Avante

CEO da fintech Avante, Bernardo Bonjean é formado em Administração e já trabalhou em bancos como o Pactual; foi sócio da XP Investimentos – que recentemente recebeu um investimento de mais de R$ 5 bilhões do Itaú. Em Harvard, realizou o curso OPM (Owner/President Management), onde formou seus valores de empreendedor. Desde então, Bernardo sentiu que o mercado financeiro poderia fazer mais para reduzir desigualdades econômicas, o que o levou a criar a Avante, uma instituição de microcrédito focada em empreendedores da base da pirâmide.

Para ajudar a mitigar os problemas de calote neste grupo de alta vulnerabilidade, a Avante centra os investimentos em tecnologia e no treinamento de agentes de crédito. Tecnologia para entender o perfil de cada cliente e, assim, gerar um score de crédito mais confiável; agentes para dar um olhar humano aos desafios e necessidades dos clientes. A Avante opera em 116 cidades pobres do Nordeste, oferecendo microcrédito com taxas entre 2,5% e 5,4%. A atuação do microcrédito da Avante é direcionada para cidades com até 50% da média de renda nacional, atingindo um público normalmente negligenciado pelos bancos de varejo.

Ronaldo Lemos | Instituto Tecnologia e Sociedade

Colunista da Folha de S. Paulo, Ronaldo Lemos é professor na Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ) e fundou o Instituto Tecnologia e Sociedade (ITS) para explorar todos os potenciais do uso de inovações tecnológicas para alcançar fins sociais e políticos, por meio de educação e pesquisa. Seguidor do economista e filósofo indiano Amartya Sen, Lemos acredita que o acesso à tecnologia representa uma grande expansão das capacidades humanas, dentre elas, a de impactar políticas públicas.

O ITS opera em diversas frentes, sendo as duas principais advocacy em direitos na internet e participação pública digital. Em seus esforços de advocacy, o ITS já influenciou o Supremo Tribunal Federal (STF) em decisões sobre o direito ao esquecimento e na promulgação do Marco Civil da Internet – que protege a neutralidade da rede, além de outros direitos. Para aumentar a participação social na legislação, o ITS desenvolveu o aplicativo Mudamos, que inova ao criar uma assinatura digital com validade legal, capaz de ser usada para assinar petições em projetos de lei. A ferramenta já influenciou legislações em ao menos duas capitais, sendo uma delas uma lei antipoluição.

Valdeci Ferreira | Associação de Proteção e Assistência ao Condenado

Em 1983, Valdeci Ferreira visitou uma prisão pela primeira vez e não resistiu por mais de 15 minutos, pensando quão pequeno era defronte à situação dos encarcerados. Quatro anos depois, Valdeci fundou a Associação de Proteção e Assistência ao Condenado (APAC), em Itaúna (Minas Gerais) – e criou uma metodologia para administrar e assistir prisões no Brasil, presente hoje em 19 países. Baseadas em uma rotina de 12 passos inspirada em valores cristãos, as APACs são conhecidas por serem prisões nas quais os internos detêm as chaves das próprias celas. Em 1995, Valdeci fundou a Fraternidade Brasileira de Assistência ao Condenado (FBAC) para ajudar a organizar as atuais 48 APACs em uma federação, com o objetivo de chegar a um diálogo mais produtivo com o poder público. Além das APACs atuais, que beneficiam 3.500 internos, já existem 150 em fase de implementação. Hoje, a FBAC funciona supervisionando a metodologia das APACs e negocia com governos estaduais a implementação das novas “cadeias humanizadas”. Ao contrário do nível de 85% de reincidência nas cadeias comuns, as APACs – geridas indiretamente pela FBAC de Valdeci – mostram índices próximos a 28%. Há outros atributos de performance que destacam vantagens frente às cadeias tradicionais.

O empreendedor de futuro é uma categoria voltada para empreendedores de até 35. Se liga nos três projetos finalistas:

Hamilton Henrique da Silva | Saladorama

Hamilton Henrique da Silva, 29 anos, fundou o Saladorama em 2014. A ideia do negócio, que busca democratizar o acesso à alimentação saudável, surgiu depois de uma experiência própria do empreendedor. Aos 20 anos, Hamilton conseguiu uma bolsa de estudos em um curso de engenharia no Rio de Janeiro, onde conheceu o conceito de negócio de impacto – que o levaria mais tarde a trabalhar em um coworking em Botafogo, que oferecia refeições aos usuários. Foi lá que Silva percebeu a falta de opções de comida saudável na periferia.

Nasceu assim o Saladorama, negócio social que fornece alimentos saudáveis a baixo custo via delivery e restaurantes próprios. Além disso, oferece oficinas de formação para pessoas de comunidades que querem empreender seus próprios restaurantes ou trabalhar nos restaurantes da rede. Hoje, o negócio social conta com cinco unidades que operam como delivery e/ou restaurante em Florianópolis (SC), Recife (PE), Rio de Janeiro (RJ), Sorocaba (SP) e São Luís (MA). O fornecimento de alimentos e as formações, oficinas e palestras sobre o tema já alcançaram cerca de 28 mil pessoas.

Renan Ferreirinha , Tábada Amaral e Lígia Stocche | Movimento Mapa Educação

O Mapa da Educação surgiu de um encontro, em 2013, de três adolescentes que estudavam em Harvard e no MIT, nos Estados Unidos. Motivados por histórias e contextos pessoais diferentes, Renan Ferreirinha (23 anos), Tábata Amaral (23 anos) e Lígia Stocche (27 anos) se engajaram para criar o movimento com a certeza de que a educação é o único caminho para um país menos desigual e mais próspero. Em 2014, prepararam o Manifesto Mapa do Buraco, apontando os principais gargalos da educação brasileira.

A intenção era disponibilizar um documento robusto que pudesse orientar todo candidato a cargo eletivo no Brasil – que tivesse como plano avançar com a educação no país. Foi então que decidiram criar o Movimento Mapa Educação e mobilizar os jovens a partir de dois pilares: a fiscalização política e a produção de conteúdos que qualifiquem o debate e tornem a educação uma prioridade na agenda nacional. Em 2016, debateram sobre educação com candidatos à prefeitura do Rio de Janeiro, São Paulo e Salvador, além do Ministério da Educação e Câmara dos Deputados. Nesse mesmo ano, mobilizaram 200 jovens e mapearam iniciativas dessa juventude para melhoria da qualidade da educação.

Ralf Toenjes | Associação de Apoio Renovatio

Ralph Toenjes, 26 anos, fundador da Renovatio, é formado no Insper (SP) em Economia e Negócios e em Direito pela USP. Em 2013, conheceu uma tecnologia alemã de fabricação de óculos a baixo custo, o OneDollarGlasses. Na volta ao Brasil, identificou que 42 milhões de brasileiros precisam de óculos e não sabem.  Para mudar essa realidade, criou em 2014 a Associação de Apoio Renovatio, com a missão de democratizar o acesso à visão no Brasil.

A Associação opera por meio de mutirões oferecendo consultas oftalmológicas e óculos de grau. Os atendimentos são realizados por oftalmologistas voluntários em um ônibus equipado que permite ao paciente já sair com o diagnóstico e com os seus óculos. Para a produção dos óculos, foi fundada em 2014 a ótica VerBem. O modelo de vendas se divide em compre um, doe um (óculos a partir de R$ 119), valores mais acessíveis (óculos a partir de R$ 39) e óculos grátis (viabilizado pelas parcerias com empresas e ONGs). Hoje, a Renovatio conta com parceiros como Bank of America, Atento, eÓtica, Giv.On – que já aportaram mais de R$ 680 mil na startup que distribuiu mais de 15 mil óculos, em 17 Estados brasileiros.