Da SITAWI Finanças do Bem

“A atuação da SITAWI no espectro completo do capital – Finanças Sociais e Sustentáveis – nos gera sinergias internas e externas. Internamente, temos um time maior, com mais diversidade de perfis e habilidades, o que nos permite oferecer oportunidades de desenvolvimento ímpares a nossos talentos. Externamente, o “teto único” nos permite montar soluções mais completas para problemas complexos e alavanca relacionamentos com stakeholders que atuam em um campo e querem se envolver no outro. Digo que a SITAWI é um “one-stop-shop” para quem quer atuar com mobilização de capital para impacto socioambiental positivo no Brasil”, comenta Gustavo Pimentel, diretor de Finanças Sustentáveis da SITAWI.

Como têm evoluído os conceitos e as práticas de Finanças Sustentáveis no Brasil e como a SITAWI tem respondido a essas mudanças?

A SITAWI não só responde a mudanças, mas ajuda a promovê-las. Participamos de praticamente todos os marcos da agenda de Finanças Sustentáveis no Brasil na última década

O setor bancário está mais avançado na agenda, com os grandes bancos ativos em risco socioambiental e produtos verdes há bastante tempo, as associações setoriais engajadas e uma regulação do Banco Central (Resolução 4327/2014) que busca trazer o restante do setor para um patamar mínimo. Temos feito muitos trabalhos de risco socioambiental para bancos de médio porte e de desenvolvimento e agora iniciaremos um projeto setorial para implementar as recomendações sobre disclosure de risco climático do Financial Stability Board no Brasil.

No setor de investimentos, vemos assets managers e fundos de pensão estagnados na agenda ASG desde a crise brasileira (2014), mas temos trabalhado com alguns atores que continuam puxando a fronteira do investimento responsável ao integrar critérios ASG em suas decisões. Em 2017, escrevemos para a Abrapp um Guia ASG para Fundos de Pensão e expandimos nossa base de clientes em Pesquisa ASG. Esperamos que a superação da crise permita a esses investidores acelerar a marcha na implementação.

A vedete do momento, sem dúvida, são os Títulos Verdes (ou sociais, ou sustentáveis). A SITAWI organizou o primeiro evento sobre o tema no Brasil em 2014 e, atualmente, somos a maior referência em títulos verdes no país, tendo atuado em 100% das emissões domésticas (8) e liderando ou participando de todas as iniciativas ou grupos de trabalho no tema.

Como essas respostas ao contexto brasileiro ajudam a expansão internacional da prática de Finanças Sustentáveis?

O setor financeiro e mercado de capitais brasileiros são muito relevantes dentro do contexto latino-americano e o Brasil também iniciou-se no tema antes de nossos hermanos. Isso permite que apoiemos outros países da região a importar expertise brasileiro e percorrer mais rápido sua curva de aprendizado. Temos feito cada vez mais projetos na América Latina, incluindo Argentina, Bolívia, Colômbia, Equador, Panamá, Nicarágua, El Salvador, entre outros. E fomos parar até no Afeganistão. Estamos particularmente empolgados com a Colômbia, onde avaliamos abrir um escritório em 2019, de maneira a ficar mais próximo de nossos clientes e influenciar positivamente a agenda de Finanças Sustentáveis na região.

Como as práticas ambientais, sociais e de governança de grandes empresas avaliadas pela SITAWI se refletem em suas práticas internas?

A SITAWI já avaliou mais de 200 empresas brasileiras e latino-americanas quanto a sua performanceASG. Em nossa “casa de ferreiro”, o espeto precisa ser de ferro.

Este relatório é uma prova disso: usamos os GRI standards, alinhamos seções aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU e temos um nível de transparência avançado para uma organização de nosso porte. Mas queremos ir além, implementando práticas de governança e responsabilidade socioambiental compatíveis com nosso momento organizacional, sem perder a agilidade e a capacidade de inovação.

Em 2018, obtivemos a certificação de Empresa B para nosso CNPJ com fins lucrativos (que opera o programa Finanças Sustentáveis), nos comprometendo a ser uma empresa “boa para o mundo”.

O que podemos esperar para os próximos 10 anos?

Em 10 anos, a SITAWI se firmou como organização que mobiliza capital para impacto socioambiental positivo no Brasil através de diversos modelos de negócio e produtos inovadores. Entendemos que a realização de nossa visão ainda precisa de muitos anos e muitas organizações parceiras trabalhando por ela. Para a SITAWI, fica o desafio de perenidade e inovação.

Nossa perenidade passa pela institucionalização de governança, processos e práticas que reduzam a dependência do fundador e do diretor. Nos alegra ver a formação de um time de gestores, alguns conosco há mais de 5 anos, se preparando para tomar as rédeas da organização no futuro, bem como uma equipe jovem e muito capacitada que poderá assumir cargos de gestão na medida que continuamos a crescer. Devido à combinação única de competências demandada para execução de nosso trabalho, é difícil contratar profissionais prontos no mercado, por isso investimos em formar nossos talentos em casa.

Vemos com bons olhos o surgimento de “competidores” da SITAWI, são a prova de que nosso modelo e produtos são viáveis e que estamos abrindo novos mercados do bem. Mas nosso DNA está na inovação: nos próximos 10 anos queremos continuar empurrando a fronteira do conhecimento e das práticas de Finanças do Bem no Brasil. Vem mais por aí. Vamos juntos?