Fundador da Central Única das Favelas (Cufa) e da Favela Holding (FHolding), Celso Athayde acredita que ascensão social depende de qualificação e oportunidades

O Brasil tem em torno de 15 milhões de pessoas vivendo em favelas, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Mesmo em meio a carências estruturais, essa população tem sonhos e ambições que muitas vezes não se concretizam por falta de oportunidade.

Com foco nesse público, o ex-morador de rua Celso Athayde fundou a Central Única das Favelas (Cufa) e a Favela Holding (FHolding), que reúnem mais de 20 empresas – que vão de agência de publicidade a distribuidora de bens de consumo. Além da operação própria, a holding faz parcerias com outras empresas para ofertar produtos e serviços.

“Favelas não são regiões carentes. São potentes”, afirma Athayde, em entrevista à revista Problemas Brasileiros (edição #449 I dez/jan). Para o empresário, chamar uma pessoa de “carente” é diminuí-la, porque “o filho de um motorista não é mais carente do que o filho do patrão. A renda pode ser diferente, mas o potencial está lá”.

Voar é para todos

Ao perceber que viajar de avião ainda era algo inimaginável por alguém que nasceu na comunidade, Celso resolveu enfrentar o problema com um modelo de negócio inovador.  Em entrevista à Problemas Brasileiros, ele conta como criou a Vai Voando, rede de agências de turismo que comercializa passagens aéreas. “Quando quem está vendendo a passagem é um morador da favela, ou seja, um par, a coisa muda de figura”, analisa Athayde, sobre o estereótipo que a publicidade de empresas aéreas criou ao privilegiar famílias brancas e de classe média em seus comerciais.

A revista Problemas Brasileiros está à venda nas melhores bancas e livrarias.

Acompanhe um trecho da entrevista aqui: