O Brasil tem um dos maiores potenciais solares do mundo e um mercado em expansão a ser explorado por empreendedores que desejem gerar impacto social e ambiental


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Há décadas se fala do potencial que o Brasil tem para o desenvolvimento da oferta de energia solar e outras renováveis. Hoje, esse potencial está se concretizando e muitas oportunidades se abrem para empreendedores que decidem atuar no mercado. Nesta matéria, você entenderá como está o cenário global e brasileiro do setor de energia solar, quais são as oportunidades e desafios para empreendedores e conhecerá dois casos de sucesso brasileiros.

Para entender a importância do investimento em energia solar, assista ao vídeo abaixo:

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[mks_accordion_item title=”Cenário global: os rumos da energia solar no mundo”]

Em 2017, a energia solar agregou mais capacidade de geração elétrica do que combustíveis fósseis, segundo o relatório “Tendências globais no investimento em energias renováveis 2018”, da ONU Meio Ambiente. Ainda no ano passado, a China, país que tem sido muito ambicioso nos investimentos em energias renováveis, alcançou a meta de instalações solares que havia fixado para 2020. Pensando no quadro geral, pesquisadores da Stanford University, nos Estados Unidos, concluem que até 2050 139 países deverão ser abastecidos apenas por energias renováveis.

Além do cenário ser positivo em relação à descarbonização da economia e ao combate às mudanças climáticas, também é benéfico para a geração de postos de trabalho e renda. Dados da Agência Internacional de Energia Renovável (IRENA) revelam que, atualmente, o setor de energia renovável emprega mais de 10 milhões de pessoas no mundo. E de acordo com o Censo Nacional de Trabalho, publicado pela Fundação The Solar, o setor da energia solar tem criado mais empregos do que qualquer outro setor nos EUA.

Antigamente, uma barreira para a adoção das energias renováveis era o seu custo elevado. Com o desenvolvimento tecnológico, esse custo se reduziu fortemente e se tornou competitivo. Apenas em 2016, o custo caiu 30% no EUA. E até 2020, de acordo com a análise de custos da Irena, as renováveis serão mais baratas do que os combustíveis fósseis. Previsão corroborada pelo estudo New Energy Outlook (NEO) 2017, realizado pela Bloomberg New Energy Finance, que prevê que os custos das energias solar e eólica cairão cada vez mais rapidamente, de forma que até 2040 elas corresponderão a 75% dos investimentos em geração de energia no mundo.[/mks_accordion_item]
[mks_accordion_item title=”Cenário brasileiro: um grande potencial ainda pouco aproveitado”]

A matriz energética brasileira é conhecida há muito tempo por ser uma das mais limpas do mundo. Isso se deve, principalmente, ao intenso uso de usinas hidrelétricas que representam quase 70% da energia gerada em território nacional, seguida pelas termelétricas a combustíveis fósseis (15%) e pela biomassa (8,3%). A expectativa é de que nos próximos anos diminua a participação das hidrelétricas e aumente a de fontes renováveis, como a solar e a eólica, segundo o Plano Decenal de Energia 2015-2024, do Ministério de Minas e Energia.

O Brasil tem um incrível potencial de geração de energia solar. Segundo dados da Empresa Pesquisa Energética (EPE), ligada ao governo federal, enquanto o potencial hidrelétrico brasileiro é de 172 gigawatts, o potencial solar é cerca de 200 vezes maior: 28.500 GW. Portanto, não é de se espantar que o Brasil está entre os 30 países que mais implantam energia solar no mundo, segundo a Bloomberg New Energy Finance (BNEF).

Alguns números exemplificam essa posição:

Apesar disso tudo, estamos muito atrasados em relação a países com potenciais solares muito menores do que os nossos. Enquanto o Brasil ainda está chegando perto dos 2 GW de geração de energia solar, a Alemanha gera 40 GW e a China, 75 GW. Novos empreendedores são peça-chave para o Brasil se tornar exemplo na exploração da energia solar. Vamos ver o que eles podem fazer?

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[mks_accordion_item title=”Oportunidades e desafios para empreendedores no Brasil”]

A maior oportunidade para quem deseja empreender no setor é o seu potencial de expansão. Como dito antes, o Brasil tem o potencial de gerar 28.500 GW de energia solar. Atualmente, não gera nem 2 GW. Há portanto um extenso território a ser explorado por quem se dispuser a se aventurar nele.

Existe uma demanda de clientes residenciais por projetos solares que, no entanto, encontram dificuldades em adquiri-los, devido ao investimento inicial relativamente alto. Recentemente, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), expandiu a pessoas físicas o acesso a financiamentos para instalação de sistemas de geração de energia solar, por meio de bancos públicos. A medida, que já era pedida pelo setor, deve aquecer este mercado, facilitando a venda de projetos solares a novos clientes.

Para micro e pequenos negócios, um estudo do Sebrae revela que as oportunidades estão concentradas em serviços, no seguintes nichos: integradores de sistemas fotovoltaicos, serviços de consultoria e assessoria diversos (consultoria ambiental, jurídica, tributária, fundiária, financeira, avaliação de recurso solar, técnica/engenharia, treinamento e capacitação), certificadoras, serviços terceirizados para grandes empresas de operação e manutenção e editoração.

Ainda segundo o Sebrae, as regiões mais atraentes a empreendedores do setor são a Sul e a Sudeste. Além da alta incidência de raios solares, são regiões com bons incentivos fiscais, infraestrutura e mão de obra qualificada.

Um gargalo para o setor é a falta de profissionais especializados e capacitados, o que se deve ao fato de ser um mercado relativamente jovem no país. Ao mesmo tempo, marca uma oportunidade para profissionais e empresas que queiram ingressar no setor.

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[mks_accordion_item title=”Casos de sucesso”]

Insolar: levando energia solar para comunidades de baixa renda

No Rio de Janeiro, a startup Insolar gera duplo impacto – ambiental e social – ao levar energia solar para a comunidade de Santa Marta. O processo é simples: a empresa instala sistema fotovoltaicos para corporações de todo o país e parte dos lucros é revertido para um fundo que subsidia a instalação de sistemas similares em casas, associações e pequenos negócios na favela. Positivo para o meio-ambiente, com a redução da pegada carbônica. E positivo para a população beneficiada, que gasta menos dinheiro com o fornecimento de energia elétrica.

Solstar: democratização da energia sola

Desde a sua fundação, a Solstar oferece sistemas de energia solar fotovoltaica a quem pode pagar por eles à vista. Desde que participou de um programa de aceleração de negócios oferecido pela Artemisia, em parceria com o Instituto AES, a startup passou a oferecê-los também a públicos que não podem pagar a vista por eles, mas que também não conseguem financiamento em instituições financeiras tradicionais. Assim, a Solstar criou uma linha de financiamento justa, com um sistema de análise de risco diferenciado e taxas de juros reduzidas, permitindo ao cliente pagar o investimento com a economia proporcionada pela geração de energia solar.

https://www.youtube.com/watch?v=SDf-QaROfOA

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