Baldor passou a tratar restos de comida como comida, em vez de resíduos; mudança é positiva para o ambiente e aumenta a receita para a empresa
Segundo matéria da Fast Company, a processadora de alimentos Baldor zerou a sua produção de lixo orgânico. Tudo começou com uma iniciativa de Thomas McQuillan, diretor de food service sales and sustainability da empresa americana, que decidiu tratar os resíduos orgânicos pelo que eles, de fato, são: comida.
Em sua fábrica no Bronx, bairro de Nova York, a Baldor recebe todas as semanas milhões de libras de alimentos a serem processados. Os restos, como casca de cenoura ou folhas de morangos, eram enviados a uma usina de compostagem, gerando 150.000 libras de resíduos orgânicos por semana. Agora todos estes “restos” são redirecionados para quem pode usá-los para alimentação. Por exemplo, sobras de vegetais são enviados para chefs de cozinha, enquanto as de frutas são enviados para sucarias e restos não apropriados para consumo humano tornam-se ração para animais. Outros restos ainda são processados em produtos da própria Baldor, sob o rótulo de “Urban Roots”, e depois vendidos em mercearias. Por fim, o que cai no chão ou está estragado é processado em um tipo de pasta que pode ser descartada no esgoto.
Bom para o ambiente, bom também para os lucros
As mudanças não são positivas apenas pelo seu impacto ambiental. Também são boas para as finanças da empresa. Os novos processos cortam custos e geram novas linhas de receita.
Segundo Katy Franklin, da ReFed, uma ONG que ajuda empresas a reduzir o desperdício de alimentos:
Há um enorme potencial de lucro aqui. Faz sentido financeiro, social e ambiental abordar (o problema) assim. Os maiores obstáculos são a conscientização e o treinamento – descobrir os processos corretos e estabelecer parcerias.
Indo além do desperdício de comida
Agora, a Baldor está planejando rever a maneira como usa pallets e caixas para distribuir seus produtos. Os materiais usados atualmente não são recicláveis e a empresa está estudando alternativas. Enquanto isso, todas as caixas da empresa são usadas várias vezes antes de serem descartadas.
Segundo McQuillan:
Parte [do objetivo] é reconhecer que nós podemos fazer as coisas diferentemente. Todas as empresas deveriam querer extrair o maior valor possível dos seus ativos. Nós realmente precisamos criar a mudança agora.