Hamilton da Silva, 29 anos, nasceu e cresceu em uma favela em Nilópolis (RJ), tendo 4 irmãos de sangue e 18 adotivos. Foi o primeiro a cursar o ensino superior, tendo estudado engenharia de produção, na Universidade Veiga de Almeida. Lá, arrumou um emprego na empresa júnior do curso.

Um dos impactos da mudança de ambiente e de conviver com pessoas de classes econômicas mais privilegiadas, foi o contato com opções de alimentação que não tinha na comunidade. Em especial, alimentos mais saudáveis. Foi dessa experiência que surgiu a ideia de criar o Saladorama, que leva comida saudável a favelas.

Uma matéria da Folha.com fala sobre o negócio criado por Hamilton. Seguem abaixo alguns trechos:

Hamilton saiu do emprego de carteira assinada para se dedicar a sua nova ideia de negócio: ampliar a oferta para além do feijão com arroz e do “fast food” que caracterizam os hábitos alimentares da população de baixa renda.

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Entrou de cabeça no negócio, com apenas R$ 220 que recebeu da rescisão do trabalho. E lá se foi testar sua ideia. “Tinha que quebrar vários preconceitos tanto da sociedade quanto meus. Pegava as saladas e ia vender no ônibus.”

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A próxima parada após vender no ônibus foi abrir o primeiro delivery de saladas no morro Dona Marta, no Rio. Criado em comunidades desde que nasceu, o empreendedor social continuou dentro delas para entender seu público-alvo. “Ele não mora só na favela. Ele tem que favelar junto”, conta Isabela Ribeiro, sua sócia e noiva.

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O desafio é fazer as pessoas entenderem os benefícios de uma alimentação saudável. Assim como ele foi criado, comer verdura era uma forma de castigo.

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E de favela em favela, o engenheiro empreendedor já expandiu seu trabalho para Florianópolis, Sorocaba (SP), São Luís e Recife, onde mora atualmente em Nova Descoberta, comunidade na zona norte da cidade. “Se me perguntar se ganho o mesmo que na consultoria, vou dizer que não, mas sou mais feliz hoje”, conta sorrindo. “Sou feliz favelando.” E comendo lasanha de berinjela.

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