Da Página 22
Todos os dias nós consumimos alimentos ofertados em diversos pontos de venda – supermercados, restaurantes, feiras. Mas já parou para pensar no caminho que fizeram para chegar a sua mesa?
Todo alimento tem sua história. Quem produziu? Como? Em quais condições de trabalho? Será que houve um manejo correto de agrotóxicos ou não foi utilizado agrotóxico algum?
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Assim, surgiram as certificações socioambientais, que tentam trazer respostas para essas questões. Os selos buscam garantir boas práticas de produção, do aspecto social até o ambiental.
Por exemplo, atestando que não houve condições insalubres aos trabalhadores na produção. Ou que o cultivo do alimento respeita práticas que não degradam o meio ambiente.
Uma das certificações mais famosas é a de produtos orgânicos. Você já deve ter visto o selo em algum produto. Há duas formas de obter o selo. Por um processo de auditoria realizada por empresas ou ONGs. Ou por um SPG, Sistema Participativo de Garantia, que prevê a fiscalização mútua entre os agricultores.
Mas o acesso às certificações não é assim tão fácil, principalmente para os pequenos produtores. Fazer uma auditoria gera custos e mesmo um sistema inclusivo como o SPG pode gerar muita burocracia e papelada.
Nesse contexto, uma nova tecnologia aparece com potencial de solucionar alguns desses problemas: o blockchain. O blockchain foi criado como base do funcionamento da criptomoeda bitcoin. Nesse caso, a verificação das transações não seria mais papel de uma instituição central, um banco, mas distribuída por todos os usuários. Funciona como um livro-razão do qual todos possuem uma cópia.
Através de regras combinadas entre todos e utilizando técnicas de criptografia, os diversos usuários adicionam informações em blocos que se conectam. O blockchain proporciona uma maior segurança ao processo, já que os dados inseridos na cadeia se tornam imutáveis.
As informações ficam acessíveis para verificação, gerando transparência, possibilidade de rastreabilidade e maior confiança. Segurança, transparência, rastreabilidade e confiança são características muito importantes para as certificações.
Será que essa nova tecnologia pode ajudar a aproximar o consumidor de toda a cadeia e no acesso do pequeno produtor às certificações? Quais as limitações e os desafios para implementá-la?