Do GIFE
Nos dias 6 e 7 de junho, o ICE (Instituto de Cidadania Empresarial), juntamente com o Impact Hub e a Vox Capital, irá promover o Fórum de Finanças Sociais e Negócios de Impacto 2018, em São Paulo.
A terceira edição do encontro tem como objetivo reunir empreendedores e investidores que acreditam na possibilidade de gerar transformações por meio de soluções que aliam impacto socioambiental com um modelo de negócios rentável. Célia Cruz, diretora executiva do ICE, comenta o crescimento e amadurecimento do Fórum desde 2014, quando foi criado.
“O ICE vinha participando de alguns eventos internacionais e, com isso, percebemos a necessidade de criar um encontro brasileiro. Na primeira edição do Fórum, tivemos 650 inscritos e 25 palestrantes internacionais. Em 2018, temos seis palestrantes internacionais e 170 brasileiros. Isso mostra que o ecossistema de finanças sociais e negócios de impacto está crescendo e se fortalecendo, com muita inovação local. Antes trazíamos pessoas de outros países para contarem suas experiências. Hoje nós é que estamos pautando, e o conteúdo inovador acaba por atrair outros atores”.
Um dos destaques internacionais é o indiano Amit Bhatia. Ceo do Global Steering Group (GSG), fundador do India Impact Investors Council e da Aspire, empresa social vencedora do Prêmio John P. McNulty em Educação e Treinamento, Bhatia dedica-se a transmitir conhecimentos sobre o setor social. “Ele traz muito forte a fala de que: se no século 19, quando fazia investimentos olhava-se para retornos financeiros, o século 20 trouxe retorno financeiro e risco. No século 21, é preciso considerar o impacto na análise. Se uma pessoa acredita que seu capital precisa conversar com seus valores, é preciso pensar no impacto social”.
O Fórum
Com cerca de 20 horas de programação, com atividades das 9h às 19h em cada dia, o Fórum será dividido em quatro temáticas: 1.Periferia, Gênero e Raça; 2.Governo; 3.Meio Ambiente; e 4.Grandes Empresas. Segundo Célia, esses quatro direcionamentos foram adotados a partir da vontade de ‘quebrar quatro bolhas’. “Esse é caso das grandes empresas, por exemplo. É preciso que elas comecem a querer comprar de negócios de impacto e que os tragam para sua cadeia de valor”.
O primeiro dia terá início com as falas dos representantes de cada uma dessas temáticas. Periferia, Gênero e Raça, por exemplo, será representada por Adriana Barbosa, presidente do Instituto Feira Preta, a maior feira de cultura negra da América Latina. Em seguida, os participantes serão provocados com o questionamento “Qual empreendedorismo queremos para o Brasil?”.
Outra meta do encontro é somar diferentes agendas para gerar um impacto sistêmico. Para isso, é preciso a junção de diferentes perspectivas, objetivo que será alcançado com a presença de palestrantes de organizações diversas, como ICE, Rede Asta, Rede Mulher Empreendedora, Sense-Lab, Itaú-Unibanco, Associação Afrobusiness Brasil, Fundo Baobá, Mobiliza, Sitawi, Vedacit, Insper, entre outras.
A diretora-executiva do ICE defende que a participação de representantes de institutos e fundações é importante, pois atesta que esse grupo está considerando o tema das finanças sociais e negócios de impacto.
Segundo Célia, um grande desafio do campo é a quantidade restrita ainda de negócios que de fato trabalham na resolução de problemas sociais, com escalabilidade e mensuração de impacto. “Precisamos de negócios escaláveis, que possam realmente receber investimento e trazer soluções inovadoras para o campo. Estamos vendo um crescimento dos negócios, mas não na escala que precisa”, explica.
Atividades
Como as atividades acontecerão de forma simultânea, os participantes deverão optar pela temática que irão seguir em cada dia. A mesa de abertura no dia 6, por exemplo, trará um panorama sobre a evolução do setor no Brasil. Em seguida, três salas diferentes receberão atividades ao mesmo tempo, com temas como: como os negócios têm gerado impacto?; fundações e institutos de impacto; contratos de impacto social; mapa de negócios de impacto; entre outros.
Já no segundo dia, depois da abertura com o tema “Tecnologias disruptivas – o impacto comprovado: como medir os resultados alcançados?”, as discussões acontecerão em quatro salas e no espaço do teatro, com debates sobre: impacto coletivo; tecnologias para alavancar negócios; Força Tarefa de Finanças Sociais (FTFS); o presente e futuro da avaliação de impacto e instrumentos financeiros para ampliar investimentos.
Também durante o Fórum, será lançado o Movimento Vem Somar: um convite à participação de especialistas e atores da sociedade civil. “A proposta é: se você enxerga que o capital pode ter como missão trazer mais impacto social, ‘vem somar com a gente’. Não importa se você é do ecossistema do investimento social privado, das pequenas, médias ou grandes empresas ou do governo. Vem somar porque temos um propósito que nos une para trazer mais capital para impacto social”, ressalta Célia.
Com patrocínio e apoio de importantes parceiros, como BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento); Fundação Grupo Boticário; Instituto Coca-Cola Brasil; Instituto Votorantim; Fundação Telefônica Vivo e Instituto Sabin, as inscrições para participar do Fórum podem ser realizadas diretamente pelo site do evento.
Para participar, o investimento é de R$ 450. Organizações que inscreverem no mínimo três funcionários ganham 10% de desconto. Além disso, em um movimento de garantir a representatividade de públicos estratégicos, o evento conta com uma política de bolsas. Saiba mais aqui.