O conceito moradia, lazer e trabalho no mesmo lugar é apresentado como solução para cidades mais humanas, inteligentes e sustentáveis
Com a palestra sobre o tema “Do campo para as cidades mais humanas, inteligentes e sustentáveis”, o professor Eduardo Monteiro da Costa, trouxe para o terceiro dia da 28ª edição da Conferência Anprotec, ocorrido nesta quarta-feira (19), a reflexão sobre conceitos e as possibilidades do campo nesse processo. Já Vinicius Lages, diretor de administração e finanças do Sebrae Nacional, abriu o debate também destacando que o espaço para que a inovação aconteça pode se dar nos ecossistemas.
Vinicius Lages também aproveitou o debate para ressaltar o impacto da urbanização inteligente. “Eduardo trouxe um tema que estimula a reflexão de como podemos tornar os espaços mais humanos, inteligentes e sustentáveis, a partir das possibilidades que as novas tecnologias e formas de articular conhecimento com as necessidades tem”. O diretor também trouxe a reflexão. “Estamos cada vez mais vivendo um colapso na mobilidade e não dá mais para atrasar o relógio, quando o assunto é resolver esses problemas”, disse.
Eduardo Monteiro da Costa iniciou a palestra mostrando como a cidade vem se transformando, e a necessidade de reflexão para o novo. “Houve uma urbanização acelerada do Brasil, do campo para a cidade. Hoje, mais de 80% da população vive nas cidades, e nelas estão os problemas e soluções. Temos que cuidar melhor dos centros urbanos, lembrando que muitas coisas podem ser mudadas, já que a vida está ficando cada vez mais complicada nestes espaços”.
Um dos primeiros conceitos para cidades mais humanas inteligentes e sustentáveis é o conceito moradia, lazer e trabalho no mesmo lugar, segundo Eduardo. “Parece uma coisa óbvia, no entanto todas as legislações das cidades, em várias partes do mundo, segregam as condições de moradia, trabalho e lazer em lugares diferentes da cidade. Paris é um exemplo de cidade que utiliza bem esse conceito, e que marca os vistantes por oferecer essa experiência”.
O professor destaca também que quando o assunto é cidades humanas inteligentes, deve-se ater o foco no cidadão. “Temos o problema do excesso de importância da tecnologia em detrimento da vida das pessoas. As pessoas não estão preocupadas com quantas câmeras estão instaladas em sua rua, mas sim com a sensação de segurança que elas proporcionam. Quando falamos em tecnologia, e em cidades inteligentes, devemos nos centrar na humanidade do cidadão que nela vive”, enfatiza.
Sobre as oportunidades do campo na cidade, ele mostra as possibilidades. “Existe um estudo muito interessante, que mostra que em um prédio residencial e comercial, há espaço suficiente para produzir hortaliças, sementes e frutas, capazes de alimentar os habitantes do prédio. Há uma oportunidade muito grande de levar o campo para a cidade, em termos de produção de hortaliças, frutas e afins, nesses ambientes coletivos”, finaliza.