Trata-se de uma maneira de gerar renda com um material que iria para o lixo
Da Prefeitura de Curitiba
De um depósito no bairro Pilarzinho, em Curitiba (PR), surge uma startup que aposta no mercado de aquecimento de água e geração de energia. O processo que integra um moderno sistema próprio de automação com a geração de calor pela queima de pellets, pequenos cilindros feitos de serragem compactada, será apresentado nesta quarta-feira (6) na capital paraense.
A startup curitibana Igni, criada há pouco mais de um ano pelos irmãos Rafael e Lucas Mocelin, após identificarem este nicho. “Tivemos a encomenda de um equipamento industrial com o uso de pellets para aquecer uma caldeira industrial de desengraxe de peças, deu tão certo que resolvemos apostar nessa tecnologia”, comenta Rafael.
Um dos primeiros grandes projetos implantados foi na cristaleira Raiar da Aurora, empresa que produz objetos de vidro há mais de 80 anos e até então usava fornos à lenha para parte do processo de produção. A empresa adotou o sistema desenvolvido pela startup. “Com a substituição dos fornos à lenha para os queimadores de pellet reduzimos a sujeira na fábrica e nos produtos finais, a fumaça, que agora é quase inexistente, e os resíduos da queima”, comenta o supervisor de produção da cristaleria, Roberto Nobrega Keil, enquanto ajusta a temperatura da caldeira pelo toque do dedo na tela no painel eletrônico do sistema.
Economia
Além da redução na sujeira e na produção de fumaça, o principal fator que vem chamando atenção para essa tecnologia é a redução no custo com matéria prima. “No comparativo com o gás GLP utilizado nas caldeiras e aquecedores residenciais, o uso do pellet representa hoje uma economia de 50% no custo da matéria prima, além de ser ecologicamente sustentável por se tratar de serragem de madeira reflorestada que ia para o lixo”, comenta Rafael.
A startup já atende grandes indústrias de Curitiba e Região Metropolitana e agora também projeta equipamentos para uso residencial com a mesma dinâmica dos equipamentos industriais: “Estamos fazendo uma lareira de pellet, com temperatura e funções controladas wi-fi pelo smartphone e que aquece toda a água da casa por um custo de aquisição 30% menor que o mesmo equipamento importado”, antecipa.
Fotos: Luiz Costa /SMCS