A Kunla Social pode até parecer apenas uma agência de recrutamento, mas é muito mais que isso: é um negócio social que atua em rede para provocar impacto positivo em (pelo menos) dois elos enquanto faz o recrutamento em si. Na Kunla, mulheres com filhos pequenos, moradoras de comunidades carentes, são treinadas para trabalharem como agentes recrutadoras e são elas as responsáveis por encontrar o candidato buscado, sempre no bairro em que moram. A cada contratação realizada, ganham 150 reais (dos 250 que a empresa contratante paga à Kunla). O trabalho de rede reflete a origem do nome do negócio, uma abreviação da palavra kunlabori, que significa colaborar em esperanto.
A startup acaba de ser selecionada para aceleração na Estação Hack, a recém-lançada aceleradora do Facebook, em São Paulo, em parceria com a Artemisia, e é resultado de um projeto do engenheiro de produção Leonardo Carneiro, 35, (durante o mestrado de Empreendedorismo, na USP, identificou o problema social da falta de creches e vulnerabilidade dessas mulheres), somado ao conhecimento tecnológico do seu amigo e engenheiro elétrico Marcelino Badin, 39. O primeiro, de Goiânia, e o segundo, de Campinas (SP), moraram juntos em uma república em São Carlos, no interior paulista, durante a faculdade. A amizade seguiu enquanto ambos começaram suas carreiras, relativamente convencionais, no mundo corporativo, até que perceberam que ambos viviam um momento de questionamento semelhantes — quando a ideia da startup surgiu.