Calçado é livre do uso de petróleo e pode ser compostado para produzir novas unidades

Anunciado em 2017 e lançado em 2018, o tênis Cotton + Corn, da Reebok, é produzido principalmente à base de algodão e milho, como o nome em inglês indica. Agora começa a ser vendido no Brasil, disponível em quatro modelos.

Certificado pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos, o calçado é composto por 75% de materiais biodegradáveis e livres de petróleo, o que mitiga a pegada carbônica da empresa. Mais especificamente, o corpo do calçado é feito de algodão orgânico, enquanto a sola é feita de um produto derivado de milho industrial, chamado Susterra® propanediol, desenvolvido pela empresa DuPont Tate & Lyle. A palmilha é produzida a partir de óleo de mamona e o tênis vem em uma embalagem 100% reciclável.

Além disso tudo, ao fim de sua vida útil, os tênis podem voltar ao solo e serem compostados para cultivar novos materiais para a próxima leva de produtos. Podendo, portanto, serem considerados também um exemplo de economia circular.

Cotton + Corn reduz a pegada carbônica da Reebok

A maioria dos calçados esportivos adotam borracha sintética e espuma em sua composição, ambos produtos feitos a partir do petróleo. Encontrar alternativas de produção sustentável, como as adotadas para fabricar o Cotton + Corn, é importante para reduzir a pegada carbônica da empresa, adotando princípios de economia de baixo carbono.

Segundo Bill McInnis, chefe da Reebok Future (equipe responsável pelo projeto e dedicada a desenvolver novas tecnologias, ideias, técnicas e protótipos):

Considerando os 20 bilhões de pares de tênis feitos por ano, começamos a desenvolver um que respeitasse o meio ambiente. O primeiro passo foi investir em produtos naturais. Depois dessa pesquisa, iniciamos os testes e comprovamos que é possível criar um tênis à base de planta com os mesmos benefícios dos convencionais.

Por que isso é relevante?

O setor da moda produz um profundo impacto ambiental no planeta. Por exemplo, segundo o relatório Pulse of The Fashion Industry 2017:

  1. Até 2030, a população global consumirá 102 milhões de toneladas de roupas por ano, o equivalente a 500 bilhões de camisetas;
  2. O uso de água na indústria de moda deve aumentar em 50% até 2030;
  3. O uso de energia e as emissões de CO2 equivalentes deve aumentar em 60% até 2030;
  4. O uso de água na indústria de moda deve aumentar em 50% até 2030.

Além disso, segundo a Ellen McArthur Foundation, até 2050, a indústria global da moda consumirá um quarto do orçamento de carbono disponível no mundo (este termo representa a quantidade máxima de gases de efeito estufa que pode ser emitida para limitar as mudanças climáticas “toleráveis”. Clique aqui para saber mais.).

Por tudo isso, novas tecnologias sustentáveis aplicadas à moda, como o tênis Cotton + Corn da Reebook, são vitais para que o setor deixe de degradar a natureza e passe a produzir impacto positivo. No Brasil, há bons exemplos de negócios de impacto e negócios sociais que trabalham nessa linha. Como, por exemplo, a PanoSocial, a Dobra e a Re-Roupa.

Quer conhecer mais sobre moda consciente e como as empresas podem do setor podem contribuir para um mundo melhor? Clique aqui para ler uma matéria com tudo o que você precisa saber sobre o assunto.

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Com informações do Ciclo Vivo.